Megabacteriose


É uma doença crónica que afeta várias espécies de aves, caracterizando-se principalmente por emagrecimento progressivo, seguido de morte.Também é conhecida como síndrome "going light" dos periquitos australianos.

A megabacteriose é causada pelo fungo Macrorhabdus ornithogaster, anteriormente chamado de megabactéria. Suspeita-se que este fungo seja parte da flora gastrointestina normal, sendo algumas vezes encontrado nas fezes de aves saudáveis e, em aves susceptíveis e imunodeprimidas, poderia causar a doença.
Sintomas:

Sinais clínicos de diarréia escura, fezes com raçăo năo digerida, emagrecimento, depressão, dificuldade respiratória, incoordenaçăo motora, penas arrepiadas. O quadro pode ter a duraçăo de 12 a 18 meses, com períodos intermitentes de recuperaçăo. É citado que canários também podem apresentar sinais nervosos quando infectados pelo fungo.

Estudos relatam que filhotes de pais positivos para megabacteriose já nasçam com a doença, não se sabendo se ela é transmitida via ovo ou pelas fezes após a postura. Desta forma, recomenda-se que pais positivos não choquem os ovos para se evitar uma possível transmissão.
As aves geralmente estão muito magras quando morrem. As lesőes são encontradas no proventrículo e ventrículo, mas se concentram mais no proventrículo, que está distendido, contendo muito muco e as vezes algumas sementes, com pequenas lesões hemorrágicas.
Os intestinos apresentam-se hemorrágicos com fezes mucosas e escuras.

Tratamento:
Sabe-se que há uma baixa resposta quando são utilizados antibióticos. Devido à natureza fúngica do agente recomenda-se a utilizaçăo de antifúngicos. A nistatina, o cetoconazol e a anfotericina B são recomendadas no tratamento desta doença, as quais devem ser administradas por via oral, na água de beber ou diretamente no bico das aves afetadas durante 4 a 6 semanas.
Existe no exterior um medicamento a base de anfotericina B para o tratamento da megabacteriose denominado de Megabac-S (Vetafarm).

Recomenda-se também a acidificação do estômago das aves (porque a megabactéria somente sobrevive em ambientes alcalinos) através da administraçăo pelo bico, de vinagre ou soluçőes contendo lactobacilos (Yakult).

Após a confirmação de um surto de megabacteriose recomenda-se a completa limpeza e desinfecção do ambiente e das gaiolas das aves, com troca de poleiros, bebedouros e comedouros. Também realizar a aplicação de antifúngicos, como as velas de enilconazole associadas a vassoura de fogo nas gaiolas. Estas açőes também podem ser realizadas periodicamente como medidas preventivas.
Deve-se lembrar que a megabactéria é transmitida pelas fezes, portanto a limpeza e desinfecção periódica do local onde as aves estão alojadas e suas gaiolas, devem ser obedecidas. Aves de diferentes espécies não devem ser criadas juntas e não deixar que pais positivos choquem seus ovos, são medidas que ajudam a controlar a doença.
Stefanie Dickert Segabinazi
Maristela Lovato Flores
Revista SOSM Maio 2005

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